sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Senado da Holanda adota tablets para abolir o papel.



A câmara alta holandesa é a primeira na Europa a distribuir documentos digitais por meio desse tipo de aparelho.

Membros do Senado da Holanda não vão mais forçar as costas ou colocar sobrepeso na garupa de suas bicicletas levando documentos pesados do trabalho para casa. Em um futuro muito próximo, todos eles devem carregar somente os seus iPads.


Quando retornaram do recesso de verão, há 15 dias, eles foram informados de que deveriam parar de imprimir documentos e gastar papel para aprender a usar o novo aplicativo especialmente projetado para o tablet da Apple.


A câmara alta holandesa é a primeira na Europa a distribuir documentos digitais por meio desse tipo de aparelho. Duas semanas após o início do projeto, os 75 senadores estão se deliciando ao manusear documentos nos iPads, de acordo com o secretário-geral da Casa, Geert Jan Hamilton.


"Tínhamos que levar pilhas enormes de papéis para casa toda semana, envelopes grossos cheios de documentos de comissões. Mas agora só precisamos abrir o aplicativo do Senado para encontrar os documentos para a semana seguinte", disse Hamilton.


Apesar de a impressão eventual de documentos ser permitida, espera-se que a maior parte dos senadores use somente o computador, uma vez que estejam habituados a ele. Eles podem usar seus iPads para gerenciar informações - incluindo calendários, projetos de lei, correspondências parlamentares e documentos relativos a encontros de comissões - por meio de um software desenvolvido especialmente para o Senado holandês.


Os gastos com a criação dos aplicativos e a compra dos iPads - processo que demorou um ano para se concretizar - somaram cerca de €150 mil. Mas, segundo Hamilton, o Senado economizará €140 mil em impressões somente no primeiro ano. "Eu estou muito otimista de que isso reduzirá custos", disse. Segundo ele, após um ano, os gastos anuais com impressão ocasional de alguns documentos devem ficar em cerca de € 35 mil.


Os iPads não terão nenhum problema de conexão nos históricos edifícios do Parlamento holandês: foram instalados 21 novos pontos de conexão sem fio no início de setembro.


A segurança em relação às informações armazenadas no aplicativo também não é motivo de preocupação. Segundo Hamilton, diferentemente dos deputados e de empregados do governo, os senadores normalmente trabalham com documentos que já são de domínio público. "Eu estou muito contente com a receptividade, e muitos dizem considerar que essa é uma maneira muito bem organizada de obter toda a informação de que eles precisam, assim como reduzir a enorme quantidade de papel envolvida."


Em uma nota à imprensa, Hamilton lembrou que o Senado holandês foi o primeiro a introduzir novas ferramentas de comunicações em anos anteriores. Em 1994, disponibilizou documentos da Casa pela internet. Três anos depois, lançou um site de fácil navegação. Os websites do Senado, disse ele, ganharam diversos prêmios pela facilidade com que os internautas trafegam por eles.


O Senado desenvolveu o sistema em cooperação com o Centro de Conhecimento e Operações para as Publicações Oficiais do Governo, ligado ao Ministério do Interior e a PDC information Architecture, privada. 



Fonte: Painel Floresta


Postado por: Maquelle Neves Garcia

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Multinacionais impõem metas de produção sustentável e pequeno produtor entra na busca pelo selo verde.

Certificação Florestal cresce no país.

Foto: Google

Aumenta o número de pequenos e médios produtores que investem em reflorestamento e se submetem a rígidos critérios ambientais e sociais para ter o selo verde e se diferenciar. A tendência é puxada por multinacionais, que aumentam as exigências sobre a origem da matéria-prima junto à cadeia de suprimento. No Brasil, há 6,5 milhões de hectares de plantios florestais, principalmente com eucalipto, quase o dobro da área do Estado do Rio de Janeiro. Do total, 57% têm certificação socioambiental, segundo a Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf).

O destaque está no setor de celulose e papel, no qual um terço da produção é abastecida por madeira de produtores independentes com garantia de compra e assistência técnica pelas indústrias. Dos 2,2 milhões de hectares de florestas mantidas pelo setor, 77% têm certificação, segundo a Associação Brasileira de Celulose e Papel.

Na pressão por produtos com menor impacto ambiental e social, é crescente a busca pelos selos, envolvendo áreas de plantio e produção fabril. Das caixas de pizza e outras embalagens aos impressos bancários, livros e compensados para a construção civil, o Brasil deverá atingir até o fim do ano a marca de 800 produtos de origem florestal certificados, segundo projeção do Forest Stewardship Council (FSC), duas vezes e meia a mais do que em 2009. "O crescimento é impulsionado mais pelas políticas corporativas de compra do que pela consciência do consumidor", explica Fabíola Zerbini, secretária-executiva do FSC Brasil.

Multinacionais impõem metas de produção sustentável. A Unilever atingiu no Brasil o objetivo global, fixado para 2015, de ter 75% do papel e papelão das embalagens com selo verde. A Tetra Pak emprega matéria-prima com práticas socioambientais em todas as caixas de suco, leite e outros alimentos comercializados no mercado interno, índice superior ao alcançado no resto do mundo.

"Mesmo empresas que não usam insumo florestal buscam parcerias para difundir o selo e as práticas ambientais a ele atreladas", afirma Fabíola, citando a AkzoNobel, detentora da marca de tintas Coral. A empresa produz verniz para madeira e iniciou um trabalho com o FSC para promover políticas para a compra de materiais com origem sustentável, aumentando a escala da certificação.

Na agricultura, o selo expande-se na produção de café, principalmente para exportação. Cerca de 10% dos cafezais da principal região produtora brasileira, o Cerrado mineiro, têm o emblema Rainforest Alliance Certified, exigido por grandes compradores europeus, americanos e japoneses.

A expectativa é expandir as práticas ambientais e sociais na produção de cacau, que atinge o melhor preço dos últimos 30 anos. Além da certificação de fazendas no Sul da Bahia, a estratégia é promover mudanças junto a pequenos produtores, como acontece em São Felix do Xingu, no Pará, que tem um dos maiores índices de desmatamento da Amazônia. O Imaflora conduz um projeto para o cultivo do cacau com práticas ambientais reunindo 40 associados à Cooperativa Alternativa dos Pequenos Produtores Rurais e Urbanos. Em Gandu, na Bahia, 83 produtores da cooperativa são capacitados para proteger os recursos hídricos e melhorar a condição de segurança dos trabalhadores.





                                                                                                                                     Fonte: CI Florestas.
Postado por: Maquelle Neves Garcia