sábado, 30 de abril de 2011


Ministra diz que Dilma não vetará pontos do novo Código Florestal

"Em nenhum momento eu comentei qualquer questão sobre veto."

sexta, 29 de abril de 2011
 A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, negou nesta sexta-feira (29) que o governo federal tenha decidido vetar pontos polêmicos do projeto do novo Código Florestal. Ela desmentiu informação dada ontem (28) pelo secretário do Ambiente do estado do Rio, o ex-ministro Carlos Minc. O texto do Código Florestal deve ser votado na próxima semana, na Câmara dos Deputados.

"Quero deixar claro: estamos negociando com o Congresso. Não estou discutindo o veto, estamos discutimos convergência", afirmou a ministra na reunião sobre a Conferência Rio+20 (que marcará os 20 anos da Eco-92), na capital fluminense. Ela foi perguntada sobre a possibilidade de a presidente Dilma Rousseff vetar a anistia a desmatadores ilegais e a redução do tamanho das áreas de proteção permanente (APP).

De acordo com Izabella Teixeira, a proposta do governo, enviada na semana passada para os legisladores, trata da regularização ambiental e da inclusão da classe produtiva agrícola na proteção do meio ambiente. "Em nenhum momento eu comentei qualquer questão sobre veto. Comentei sobre a regularização ambiental e estou confiante na proposta que temos", completou.

Embora tenha evitado comentar possíveis vetos da presidente Dilma Rousseff, a ministra já tinha dado declarações no Fórum Econômico da América Latina de que o governo não pensa em desistir das punições a quem desmatou, com anistia de multas aplicadas no passado.
Fonte: Agência Brasil, adaptado por Painel Florestal
Casavecchia, B.H.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O GRANDE GUANANDI - parte II


COMENTÁRIOS
Quem conhece os altos e baixos das atividades agropecuárias sabe: pela crescente escassez, as duas únicas atividades seguros para investir, onde nunca haverá a mínima possibilidade de surgir competidores que derrubem os preços dos produtos, são os setores de ÁGUA E MADEIRAS NOBRE (DE LEI).
Receita Liquida para modulo de 5 hectares = R$  6.352.128,00. As despesas totais no valor de R$ 47.872,00, divididas pelos 18,5 anos, representam um investimento anual de R$ 2.587,68 / 5 hectares. (ver planilha abaixo).
Mais vendas dos subprodutos: da madeira de menor diâmetro que vai sendo desbastada (molduras, painéis decorativos, artesanatos, barris de vinho, etc); das sementes, folhas e galhos das podas para industrias farmacêuticas; das sementes, para reprodução a partir do 5º ano. 
Do livro de Carvalho (pág.127): "Madeira largamente plantada em outros paises onde substitui o mogno e o cedro."

Moral da história: Este projeto agrega valor à sua terra pelo plantio da mata nobre. Quero dizer que, na hipótese de venda da terra, ela valerá  mais com a madeira em cima (valor agregado). Será mais atrativa e valorizada.
Cultivando tecnicamente, uma tora de eucalipto (para industria moveleira) leva 18,5 anos para se formar. O Guanandi também leva o mesmo tempo. Vai depender do capricho, tratos, adubação,etc., para crescer mais rápido.
Do livro de H. Lorenzi (pág. 116)........."É a primeira madeira de lei do país (lei de 7 de janeiro de 1835 do Governo Imperial)"

Desde 2004, fomentamos e orientamos plantios em mais de 1.000 propriedades desde o Amazonas até o Rio Grande do Sul.(REFLORESTAR)

A Floresta nativa plantada, pode ser cortada. Ver  Artigo 12 do Código Florestal - Lei Federal 4.771 / 1965.
De todas as nativas, é a mais resistente em terrenos alagadiços, embora vá muito bem em solos pobres e secos.
O modo de plantar é igual ao eucalipto e pinus. Difere que a madeira do Guanandi vale 100 vezes mais que a do eucalipto e pinus.



Receita / Despesas - Planilhas - Modulo 5 hectares
1 - DESPESAS:
1.1 - Plantio (0 a 1 ano):
A) Mão de obra
  R$
1 - Plantio das 7.500 mudas 760,00
2 - Capinas 240,00
3 - Aplicação herbicidas 120,00
4 - Aplicação formicidas 100,00
5 - Aplicação adubação cobertura 120,00
B) Insumos  
1 - Mudas-7.500 ( se optar por sementes este item se reduz a 1/3 do valor) 18.750,00
2 - Adubação plantio 2.250,00
3 - Isca formicida 1.125,00
4 - Adubação de cobertura 1.200,00
5 - Herbicida ( Roundup) 300,00
6 - Seguro contra sinistros ( 1% do custo de implantação ) 212,00
C) Total do plantio ( 0 a 1 ano )   25.177,00
1.2 - Manutenção ( 2 ao 5 anos ):
A) Mão de obra
  R$
1 - Capinas 960,0
2 - Herbicida 480,00
3 - Aplicação adubação cobertura 480,00
4 - Desrama ( poda de eliminação de galhos ) 1.000,00
B) Insumos  
1 - Herbicida ( Roundup ) 1.200,00
2 - Adubação de cobertura 4.800,00
C) Total da manutenção  ( 1 ao 5 anos  )   8.920,0
1.3 - Manutenção ( 6 aos 10 anos ):
A) Mão de obra
  R$
2 - Desrama ( poda de eliminação de galhos )
1.250,00
3 - Desbaste de 2.500 plantas em torno do  6 º ano
2.000,00
4 - Manutenção de aceiros contra fogo
1.200,00
5 - Coleta de sementes (*)
2.000,00
C) Total da manutenção  ( 5 ao 10 anos  )  
6.450,00
1.4 - Desbaste de 2.500 plantas aos 10 anos:
Por conta do comprador da madeira
1.5 - Manutenção ( 10 aos 18,5 anos ):
A) Mão de obra
  R$
2 - Desrama ( poda de  eliminação de galhos )
2.125,00
3 - Corte final
Por conta do comprador
4 - Manutenção de aceiros contra fogo
1.200,00
5 - Coleta de sementes (*)
4.000,00
C) Total da manutenção  (10 ao 18,5 anos  )  
7.325,00
1.6 – Total das Despesas:
R$ 25.177,00 ( item 1.1 ) + R$ 8.920,00 ( item 1.2 ) + R$ 6.450,00 ( item 1.3) + R$ 7.325,00 ( item 1.5) = R$ 47.872,00
Obs: Essa despesa de R$ 47.872,00 dividida pelos 18,5 anos, representa um investimento anual de R$ 2.587,68 / 5 hectares.


____________________________________________________________________
2 - RECEITA BRUTA:
2.1 - De Sementes :

  R$
Do 6º ao 10º ano : 16.000.000  sementes x R$ 0,05 / semente 
800.000,00
Do 11º ao 18º ano: 32.000.000 sementes x R$ 0,05 / semente
1.600.000,00
Total de renda com as sementes até os 18 anos.  
2.400.000,00
2.2 - Da Madeira:

  R$
No 6º ano
Só para lenha
No 10º ano  (desbaste 2.500 plantas = 1000 m3 x R$ 500,00/ m3)
500.000,00
No 18,5 anos (2.500 plantas x 0,7m3/planta = 1.750 m3 x R$ 2.000,00 / m3)
3.500.000,00
Total de renda da madeira  até os 18 anos.  
4.000.000,00
OBS.: Essa receita da madeira (R$ 4.000.000,00) é para o caso de você próprio processar toda a cadeia (corte/transporte/serragem em pranchas/secagem). Esse valor se reduzirá à metade (R$ 2.000.000,00) se você vender a madeira em pé.
2.3 Total das Receitas: R$ 2.400.000,00 (sementes) + R$ 4.000.000,00 (madeira) = R$ 6.400.000,00.
3 - RECEITA LIQUIDA: = R$ 6.400.000,00 -  R$ 47.872,00 = R$ 6.352.128,00
OBS.: Os cálculos acima foram efetuados a valores presentes (de hoje).  Para efeito de projeções futuras para o ciclo dos 18.5 anos da cultura, pode-se considerar aumento médio anual de 5%/ano, tanto nas despesas como nas receitas. 




FONTE: http://www.reflorestar.com.br/
Victor A.H.F. dos Santos

quarta-feira, 27 de abril de 2011

AOS MESTRES

Esta postagem é em apoio ao movimento dos técnicos e professores da UFMT-SINOP, que dedicam os seus dias a nossa educação


Esperamos que um dia a educação no Brasil seja levada a sério e tenha como meta excelência e qualidade.


AOS  MESTRES  DO BRASIL 


NÚCLEO DE ESTUDOS FLORESTAIS

NEF Seleciona!


O Núcleo de Estudos de Florestais (NEF), entidade civil, apartidária, sem fins lucrativos, é órgão destinado a congregar profissionais e estudantes na área de Engenharia Florestal, tendo por finalidade promover cursos, palestras, debates, pesquisas relacionadas e demais eventos que possam contribuir para a elevação dos conhecimentos desta área, seleciona membros interessados em participar neste semestre! Datas propostas e maiores informações vide Edital.

Pré inscrição no e-mail:  nef@florestal.eng.br deverá conter apenas nome completo e RGA e estará aberta do dia 27 até ao meio-dia do dia 29 de abril de 2011.

terça-feira, 26 de abril de 2011

“Código Florestal é porta de entrada para ruralistas destruírem mais leis”

20/04/2011 17:16:38


Vinícius Mansur, Brasil de Fato
Em junho de 2010, a Comissão Especial sobre Mudanças no Código Florestal aprovou o relatório do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Com as eleições batendo à porta, o governo segurou a votação do relatório pelo plenário da Câmara, temendo um desgaste eleitoral – especialmente pelo fator Marina Silva (PV). A então candidata Dilma Rousseff assumiu o compromisso de vetar qualquer mudança que autorizasse novos desmatamentos.
Passada as eleições, a bancada ruralista tensionou a disputa, aprovou um pedido de urgência e tentou, até a última sessão de 2010, colocar o relatório em votação. Apesar de fracassarem, o debate acerca do Código impactou fortemente as articulações para a presidência da Câmara. O atual presidente da casa Marco Maia (PT-RS), ganhou apoio da forte bancada ruralista prometendo a votação até fevereiro. O difícil consenso dentro do governo e sua base, especialmente entre os ministérios de Meio Ambiente e Agricultura, travaram o avanço da pauta e, como alternativa, Maia criou, em março, uma Câmara de Negociação que, até então, pouco caminhou.
No dia 5 de abril, entidades do lobby ruralista, infelizes com a demora nos bastidores, financiaram um evento milionário em Brasília, trazendo milhares de pessoas para defender o relatório de Rebelo. Tentaram demonstrar força ao Palácio do Planalto e dar um verniz popular ao projeto. No dia 7 de abril, outra mobilização, esta em oposição ao projeto, convocada por movimentos do campo e ambientalistas, ocupou a Esplanada. Para avaliar o estágio atual da disputa em torno do Código, o Brasil de Fatoentrevistou o mestre em Agroecologia pela UFSC e dirigente do MST, Luis Zarref.
Brasil de Fato – O que esperar dessa Câmara de Negociação?
Luiz Zarref – A Câmara de Negociação não é regimental, nunca tinha acontecido em nenhuma outra votação da Câmara. Inicialmente tinha uma conjuntura boa, com quatro ruralistas e quatro ambientalistas. Hoje são seis de cada lado e mais dois representantes da liderança do governo e dois da minoria. No início, a Câmara ficou cerca de um mês e meio sem fazer nada. Com a pressão nessas últimas semanas, o governo se movimentou mais e o espaço começou a funcionar. Mas, ainda não se tem claro qual é o papel dessa Câmara. Foram três reuniões e todas só serviram para deliberar sobre o recebimento de notas técnicas. Não se sabe se a Câmara servirá só para listar os pontos divergentes ou se serão feitas emendas ao relatório do Aldo Rebelo.
O evento milionário organizado pelos ruralistas fez a balança das negociações pender para o lado deles?
O tiro saiu pela culatra. Eles queriam trazer essa mobilização e garantir a votação, só que não contavam com a morte do[ex-vice-presidente] José Alencar, que atrasou a pauta em uma semana. Também não contavam que o PT ficaria firme. O Paulo Teixeira [líder do PT na Câmara] disse que o PT não fechará acordo enquanto a proposta do governo não chegar. Já o Marco Maia disse que o texto só entra em votação quando a Câmara de Negociação terminar os trabalhos. Entretanto, mesmo que não tenham alcançado o impacto esperado, o peso que eles jogaram nesta mobilização, a maior que eles já fizeram, demonstra o interesse deles nessa pauta.
O que explica tamanho interesse?
Na nossa leitura, o Código é a porta de entrada para os ruralistas iniciarem a destruição das leis agrárias e ambientais, aquilo que lá em 2009 a Abag [Associação Brasileira do Agronegócio] definiu como prioridade: rever todas as leis do setor para garantir “segurança jurídica”. Na realidade, a segurança jurídica significa limpar toda a sujeira que fizeram até agora, passar uma borracha no desmatamento, no uso irregular de agrotóxicos e de transgênicos, entre outras. Além de permitir o avanço da propriedade privada e do lucro dos ruralistas. O Código Florestal tem um apelo muito grande na sociedade urbana. Se eles o destroem, dão uma sinalização de poder muito grande. As outras pautas, que não estão na sociedade, seriam derrubadas com muito mais facilidade. Quem é que vai defender o Estatuto da Terra, a Política Nacional de Meio Ambiente, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, a Lei de Águas, ou Código de Águas, sobre recursos hídricos? Está em jogo uma demarcação na guerra de posição muito importante para eles, porque o Código é uma lei que historicamente eles tentam destruir e ainda não conseguiram.
O Código Florestal lhe parece uma legislação adequada?
Ele já é fruto de uma avaliação de algo que não deu certo, o Código de 1934. Ele surge em 1965 e, apesar de aprovado no primeiro ano da ditadura, foi concebido em um ambiente progressista. Uma sociedade que não discutia meio ambiente sem discutir questão agrária. E ele é discutido em cima de uma disputa mundial entre socialismo e capitalismo. Então, havia uma tendência de se discutir a função social da propriedade. O Código criou a figura da Reserva Legal (RL), que não existia em lugar nenhum do mundo e que recentemente criaram no Paraguai. Com a RL, uma parcela da propriedade privada tem que ser destinada ao interesse público. O primeiro artigo do Código Florestal diz que “as florestas são bem de interesse comum da sociedade brasileira”. Ou seja, estão acima dos interesses privados. Poderíamos ter adotado o ambientalismo conservador, que foi adotado depois da década de 70 pela ditadura, que era o modelo dos EUA, do parque Yellowstone. Ou seja, tirar a área da propriedade privada, isolá-la dos seres humanos e pronto. Porém, nosso Código traz para dentro da propriedade privada uma imposição da sociedade brasileira: uma parcela daquela propriedade deve ser utilizada sustentavelmente. Ele já colocava o conceito sustentável, um discurso bem avançado para época.
De que maneira as mudanças propostas por Aldo Rebelo prejudicam a agricultura de menor porte e beneficiam o agronegócio?
O agronegócio artificializa o meio ambiente. Ele mexe com a terra toda, usa o pacote da revolução verde, degrada e depois de 10 anos vai embora para outra região. Não é à toa que agora estamos vendo a expansão da fronteira agrícola no Maranhão, Piauí e Tocantins, um pouco da Bahia também. Destruíram as terras do Sul, destruíram as terras na região Centro-Oeste e na fronteira com a Amazônia e agora estão indo para esta outra área que se estima ter 30 a 40 milhões de hectares. O agronegócio tem essa relação ecossistêmica de destruição. A agricultura camponesa não. Se você tira a RL dessas propriedades, diminui-se a Área de Preservação Permanente (APP), se você não trabalha com a recuperação dessas áreas, no médio prazo, esses agricultores terão suas terras inviabilizadas. A RL é interessante naquele microclima, naquele microespaço, porque ela impacta na polinização de várias culturas, impacta sobre predadores naturais, então veremos um aumento dos índices de pragas, ela impacta na adubação da terra, impacta no fornecimento de água, muda o clima daquele espaço, impacta no agricultor que terá que comprar madeira para qualquer coisa que queira fazer.
O relatório do Aldo não aponta para o centro da questão: o problema não é a lei, mas a falta de regulamentação e implementação por parte do Estado brasileiro. Se você for ao campo, verá que os agricultores têm o seu pedaço de floresta. Dali ele tira as plantas medicinais, as ferramentas, os palanques para os galpões, ele gosta de ver aquilo. O que ele não gosta é da polícia ambiental ir fazer repressão. Faltam recursos para o agricultor recuperar as áreas que ele tem de passivo. E mesmo que o projeto do Aldo libere propriedades com menos de quatro módulos fiscais das RLs, as APPs terão que ser recuperadas. De onde que ele vai tirar esse dinheiro? Não tem nada no relatório prevendo isso.
E o que explica a adesão de entidades da agricultura familiar a este projeto?
A Contag está indo para o discurso imediato, reacionário, que só leva ao fracasso da agricultura familiar, um desserviço histórico. Para a agricultura familiar, a solução é de longo prazo. Porque é quem tem relação com a terra. Para o agronegócio há solução imediata, porque daqui a dez anos, eles fazem um tratoraço e vem limpar as lambanças deles de novo. A agricultura familiar não, mesmo que se mude a lei, as terras vão ficar inviabilizadas. A Contag renegou o debate político com a sua base. Preferiu se submeter a pressão do imediatismo. Há também uma disputa interna na Contag, entre as federações que tem ligação com PT e CUT e federações que tem ligação com o PCdoB e CTB. Então, muito provavelmente houve uma ingerência do PCdoB dentro da Contag para pressioná-los. O pior é que nem emendas ao relatório fizeram, basicamente aderiram, sem enfrentamentos com o agronegócio.
Reforçaram a polarização benéfica aos ruralistas dos produtores versus ambientalistas?
Isso. Essa posição deles é funcional ao agronegócio. Diferente da década de 80 e 90, nessa primeira década do século XXI há a hegemonia do agronegócio, que conseguiu passar por propaganda que é ele quem produz para o Brasil. E nessa disputa do Código, eles usaram dessa imagem para dizer que quem quer as mudanças são os verdadeiros produtores, quem não quer são os ambientalistas, que ganham muito bem e não tem nada a ver com quem produz no campo. E a mídia comprou muito isso. Porque os movimentos sociais como a Fetraf, o MST, o MPA, a Via Campesina e outros vêm discutindo o tema, mas suas posições não ganham a mesma reverberação. Não aparece que os pequenos agricultores estão de um lado e os grandes de outro, que nós somos produtores e temos uma posição diferente. Somente produtores versus ambientalistas.
Quais os próximos passos dessa luta?
Intensificar o debate na sociedade e pressionar o governo para tirar uma posição que altere a correlação de forças. O indicativo do presidente da Câmara é que a votação vá para maio, depois de finalizado os trabalhos da Câmara de Negociação. Mas dificilmente haverá votação sem indicação clara do governo
Fonte: Mercado Ético
Postagem: Maquelle N. Garcia

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Até Quando Impunidade?

- Artigo de Opinião


Até Quando Impunidade?
Prorrogação de decreto em benefício de quem está na ilegalidade.


A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse dia 20/04/2011 que, se for necessário, o governo poderá prorrogar, até a aprovação do novo Código Florestal no Congresso, a data estabelecida pelo Decreto 7029 para averbação da localização ou compensação das áreas de reserva legal nas propriedades rurais. O prazo expira em 11 de junho .
A ministra esquece que o decreto 7029 foi uma protelação do decreto 6514, decreto este que regulamentava as leis de crimes ambientais, um dia antes deste decreto ser vigente institui-se o programa "Mais ambiente" (decreto 7029) que prolongava por mais 3 anos a adesão no programa, ou seja para o proprietário rural fazer sua regularização ambiental.
É no mínimo irônico pois já se passaram 4 anos desde a criação de decretos que regulamentam crimes ambientais e apuram as infrações, e a ministra vai esperar aprovar o novo código Florestal (que se fundamentam em proposta de deputados, alguns dos quais até já foram multados pelo IBAMA como por exemplo Ivo Cassol (PP-RO) entre muitos outros deputados e senadores).
E não é dizer que o MMA(Ministério do Meio Ambiente)não ofereceu programa de apoio e incentivo ao proprietário rural, temos como exemplo o PPG7 (PROMANEJO), outro bom exemplo é PNF (Programa Nacional de Florestas) que visa promover o desenvolvimento conciliando o uso com a conservação dos recursos florestais que inclui o CAR. Não que eu seja ambientalista, mas isso está ficando ridículo! Primeiro uma proposta descabida de alteração do código florestal, que o objetivo principal é a anistia política, depois o apoio da Ministra do Meio Ambiente para prorrogação de decretos que regulamenta e pune crimes ambientais. Se o ministério do meio ambiente não cumpre com o que ele mesmo fomenta para meio ambiente, realmente acho melhor deixarmos a democracia pra lá e aderimos à anarquia.

Digo ainda que isso é um descaso total com a população que pouco sabe sobre legislação ambiental!


Confira a lista de deputados e senadores que já receberam multa do IBAMA e que serão beneficiados pela mudança do código florestal aqui: http://migre.me/4lcT9


Acompanhe o blog e saiba um pouco mais sobre legislação ambiental!

Por Maquelle Neves Garcia
Acadêmica de Engenharia Florestal

domingo, 24 de abril de 2011

Governo cede para aprovar Código

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse ontem que, se for necessário, o governo poderá prorrogar, até a aprovação do novo Código Florestal no Congresso, a data estabelecida pelo Decreto 7029 para averbação da localização ou compensação das áreas de reserva legal nas propriedades rurais. O prazo expira em 11 de junho e, pela regra atual, quem não cumprir a exigência estará sujeito a multa e não terá acesso a crédito no plano safra 2011/12.
Sérgio Bueno | De Porto Alegre
20/04/2011

O GRANDE GUANANDI - Parte I

A grande vantagem do guanandi, em relação ao eucalipto, teca e o mogno é que o guanandi é uma planta nativa do Brasil, com mais vantagens para o meio ambiente e a bio diversidade. Outra vantagem é que ocorre em todos os Estados brasileiros sendo versátil a todos os tipos de solos e climas, enquanto por exemplo, a teca só se da bem no Mato Grosso por questões climáticas e o mogno é atacado no mundo inteiro pela praga Hypsipyla grandela Zeller tornando impossível o seu cultivo.
Quanto à comparação com eucalipto, embora madeira excelente para celulose e papel, é madeira inferior ao guanandi, este sim, madeira de Lei para movelaria fina, uso naval porque é imputrescível em contato com a água, reconhecido desde os tempos do império, tendo merecido o primeiro decreto imperial brasileiro em 1835, declarando o guanandi a primeira madeira de Lei do pais. Dessa forma, o eucalipto e o pinus são muito plantados para industria de papel (Aracruz, Votorantin, Aracel, etc.) sendo cotado em torno de R$ 50,00 o metro cúbico, enquanto uma madeira de Lei como a Teca, o Guanandi e o Mogno tem valor de mercado em torno de U$$ 1.500,00 o metro cúbico, portanto um preço pelo metro cúbico 60 vezes maior que o eucalipto e o pinus.

    SISTEMA FLORESTA-PECUÁRIA

Enquanto as madeiras de Lei e nobres como o Guanandi, a Teca e o Mogno estão em extinção e são raras, sem a mínima possibilidade de suprimento da demanda (o que faz com que os preços no futuro cada vez mais aumentem), por outro lado, o eucalipto e o pinus tendem, no futuro, terem um excesso de produção, podendo seus preços se estabilizarem e até regredirem. Por isso, em termos de segurança de investimentos, além de melhores preços, vale mais a pena investir na raridade do guanandi do que em eucalipto, pinus, etc....

FONTE: Reflorestar
Victor A.H.F dos Santos

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Silval Barbosa assina, sem vetos, a lei de Zoneamento Socioeconômico

O governador Silval Barbosa sancionou nesta quarta-feira (20.04) o projeto de lei que institui a política de planejamento e ordenamento territorial de Mato Grosso - Zoneamento Socioeconômico e Ecológico do Estado (ZSEE) aprovado pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso - sem nenhum veto. O secretário-Chefe da Casa Civil, Eder Moraes, também assina o documento, como último ato de secretário antes de assumir a presidência da Agência de Execução dos Projetos da Copa do Mundo do Pantanal – Fifa 2014 (Agecopa), na próxima segunda-feira (25.04).
O governador Silval Barbosa declarou que assinava o projeto sem nenhuma objeção por entender que o mesmo já foi amplamente debatido com sociedade civil organizada, através de seus diversos segmentos. Silval lembrou que a ALMT realizou em 2010, 15 audiências públicas nas quais puderam falar os produtores, organizações ambientais, associações comerciais, as mais diversas federações – enfim, todo o conjunto da sociedade pôde se manifestar.
“Esse é um importante passo que vai proporcionar maior segurança para as famílias no campo, e também aos investidores e empreendedores, favorecendo o ritmo do crescimento sustentável no Estado de Mato Grosso. O Governo do Estado firma e consolida mais um compromisso que beneficiará centenas de famílias que estavam desamparadas”, declarou Silval Barbosa, na tarde desta quarta-feira, durante assinatura de decretos em Marcelância.
Silval Barbosa destacou, ainda, que a presente lei, que entra em vigor, é mais restritiva que o projeto de lei do “Novo Código Florestal” em tramitação no Congresso Nacional.
O parecer da Procuradoria Geral do Estado também foi pela aprovação do projeto sem vetos.
O secretário Eder Moraes teve importante participação no diálogo com o Poder Legislativo e na coordenação das demais secretarias envolvidas, no sentido de dar celeridade – já que o projeto encontrava-se há mais de 15 anos em tramitação.
Eder destacou que o projeto sancionado atende a todas as demandas ambientais e faz uma orientação para o desenvolvimento das atividades econômicas sempre priorizando a sustentabilidade.
“Esse zoneamento é resultado do processo político, técnico e administrativo que utilizou de critérios socialmente negociados para aprofundar as diretrizes e normas legais, que implicam no conjunto de concessões e incentivo social e regula o uso do solo”. O governador destaca a importância da participação da Sema na articulação e voz nas discussões sobre o zoneamento.
A nova lei tem vários pontos de avanços – tanto no aspecto econômico, como no social – visando o desenvolvimento com sustentabilidade socioeconômica e ambiental, nas pequenas propriedades rurais, proporcionando linhas de crédito para infraestrutura e habitação.
Outro ponto destacado pelo secretário é o que estabelece parcerias do poder público com a iniciativa privada para implementar as mais diversas políticas públicas – visando também assegurar o homem no campo.

Fonte: JOÃO BOSQUO Redação/Secom-MT .

21/04/2011

Marcelo Henrique G. Anselmo

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Atualização do Código Florestal

A atualização do Código Florestal, tema discutido há mais de uma década, voltou à tona com a possibilidade de votação na Câmara dos Deputados ainda no primeiro semestre deste ano e a possibilidade iminente de 90 por cento das propriedades rurais do país ficarem ilegais a partir de junho.
O código atual, aprovado em 1965, foi modificado diversas vezes por medidas provisórias, decretos e outros instrumentos. Defensores de uma reforma do conjunto de leis alegam que as constantes alterações causam instabilidade jurídica.
Os termos dessa reforma, detalhada no relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) aprovado em comissão especial da Casa, provocam embates entre produtores rurais e defensores de uma lei florestal mais rígida.
Os dois lados concordam que há quase 100 por cento de consenso em torno da proposta. O problema é que os poucos pontos de divergência são os mais abrangentes e polarizam os envolvidos na discussão. O tema segue em debate, do qual o Executivo também participa em busca de acordo.
Confira a seguir, os pontos onde ainda não há consenso:
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ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APPs):
Um dos temas que provoca embates mais acirrados entre ruralistas e ambientalistas.
A lei atual define como APP topos de morros e encostas íngremes, entre outros, e restringe sua ocupação. Também entram no conceito de APP as matas localizadas ao longo de leitos de rios, nascentes, lagos.
O relatório flexibiliza o uso dessas áreas. No caso de topos de morros e encostas, a ocupação será autorizada, até que os órgãos ambientais locais, munidos de estudos técnicos específicos, proíbam o uso dessas terras caso por caso.
Ambientalistas acreditam que deixar a definição das APPs a cargo de órgãos locais poderia causar a descentralização do Código e provocar diferenças gritantes entre os Estados.
Além disso, a legislação atual determina que deve-se preservar a vegetação numa faixa de 30 metros ao longo de cursos d'água que tenham largura de até 10 metros. O texto de Rebelo prevê uma faixa menor de APP, de 15 metros de mata, para leitos com até 5 metros de largura.
O deputado sinalizou ainda que pode alterar o texto que deve ir a Plenário, permitindo que agricultores familiares mantenham essa área de preservação em 7,5 metros, nos casos em que essa área já foi degradada, sob a justificativa de viabilizar a produção de pequenas propriedades.
Este é outro ponto de tensão no texto, alvo de críticas de ambientalistas. Eles temem a degradação das matas ciliares, que protegem a água e o solo, além de servirem de corredores ecológicos entre bolsões de áreas preservadas.
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RESERVA LEGAL:
A lei ambiental em vigor determina que todo proprietário rural deve manter preservada uma parcela de mata nativa -a Reserva Legal. Propriedades localizadas na região da Amazônia Legal devem preservar 80 por cento da terra em áreas de floresta e 35 por cento em áreas de cerrado. Em outros biomas, a exigência é de 20 por cento.
O relatório mantém esses percentuais, mas desobriga propriedades de até 4 módulos fiscais de recompor a reserva. O tamanho de um módulo fiscal varia de município para município.
Há locais, no Acre e no Amazonas, em que um módulo equivale a 100 hectares, o que quer dizer que propriedades de até 400 hectares nesses Estados podem ficar isentas de recompor Reserva Legal. Ambientalistas temem que grandes propriedades sejam divididas artificialmente para se encaixar na brecha que a proposta pode abrir.
Outro detalhe que causa atrito reside na possibilidade de computar, no cálculo da Reserva Legal, a área abrangida por APP. Dessa forma, desconta-se da reserva o que o produtor possuir de área de preservação.
Ruralistas alegam entraves burocráticos principalmente para a averbação - registro em cartório das reservas mediante estudos técnicos - e dificuldades de cumprir os percentuais vigentes. O valor estimado para a recomposição da área desmatada é de, em média, 7,5 mil reais por hectare.
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ANISTIA:
O relatório em discussão na Câmara pretende suspender as multas aplicadas a proprietários rurais que desmataram até julho de 2008. Em compensação, eles terão de recompor a área degradada num prazo de 20 anos. Apenas os pequenos agricultores ficam desobrigados de recompor reserva.
Setores ambientalistas têm mostrado disposição e flexibilidade em discutir o assunto, desde que seja oferecido algum benefício àqueles que cumpriram a lei florestal.
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- HISTÓRICO
* O primeiro Código Florestal brasileiro foi instituído em 1934, por meio de decreto.
* Em 1965, o Congresso aprova o "Novo Código Florestal".
* A partir da década de 1980 são editadas diversas alterações da lei: medidas provisórias, decretos, instruções normativas.
* Uma dessas medidas, o decreto 7.029, deve levar à ilegalidade de cerca de 90 por cento das propriedades do país, por não cumprirem o código atual.
- PRÓXIMOS PASSOS
* O presidente da Câmara dos Deputados deve designar um relator de plenário para a matéria, que pode ser o deputado Aldo Rebelo. Uma vez votado na Casa, o projeto segue para o Senado e, após aprovado, deve ser sancionado pela presidente da República.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello; Edição de Marcelo Teixeira)


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/04/19/a-polemica-atualizacao-do-codigo-florestal-do-brasil-924282942.asp#ixzz1KCbl6QM3
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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Mangues apresentam capacidade para armazenamento de carbono com taxa quatro vezes maior que floresta tropical.

Mangues, campeões de absorção de carbono

Taxa é quatro vezes maior que floresta tropical.

Uma pesquisa do Serviço Florestal dos EUA (em duas de suas estações), da Universidade de Hensilque e do Centro Internacional de Pesquisa Floestal, examinou o conteúdo de carbono de 25 florestas de mangues na região do Indo-Pacífico. Eles descobriram que um hectare de mangue armazena quatro vezes mais carbono que um hectare de qualquer floresta do mundo. 

"Os mangues já eram conhecidos como ecossistemas extremamente produtivos, e que tem um ciclo rápido de carbono, mas até o momento não havia estimativa de quanto carbono reside nestes sistemas. Isto é uma informação essencial, porque quando ocorre uma mudança no uso da terra, grande parte deste estoque de carbono pode ser liberado na atmosfera", disse Daniel Donato, doutor em ecologia e pesquisador na Estação de Pesquisa do Sudoeste do Pacífico, em Hilo, Havaí. 

A capacidade da floresta de mangue de armanazenar quantidades tão grandes de carbono é atribuída, em parte, à riqueza orgânica do solo onde ela se desenvolve. O complexo sistema de raízes do mangue, que ancora as plantas em sedimento sob a água, retarda a água que chega com as marés, permitindo que materiais orgânicos e não orgânicos se fixem no sedimento de superfície. Condições de baixo oxigênio reduzem as taxas de decomposição, o que resulta na acumulação no solo de grande parte do carbono. Na verdade, os mangues têm mais carbono em seus solos que na maioria das florestas tropicais, com toda sua biomassa e solo combinados. Este alto armazenamento de carbono sugere que os mangues podem ter um importante papel na administração da mudança do clima. "Quando fizemos a conta, ficamos surpresos em descobrir quanto carbono pode ser liberado com a eliminação de mangues", afirma Donato. Isto, de acordo com ele, coloca os mangues como fortes candidatos de programas destinados a mitigar a mudança do clima com a redução de taxas de desflorestamento. Recentemente, os mangues sofreram um rápido desflorestamento  - um declínio de 30 a 50% nos últimos 50 anos. O desflorestamento de mangues gera emissões de gases estufa de 0.02-0.112 petagramas (uma petagrama é um trilhão de quilos) de carbono por ano, o que equivale a 10% das emissões de carbono do desflorestamento global, segundo os pesquisadores.






Fonte: CI Florestas

Postado por Maquelle Neves Garcia
Acadêmica de Engenhria Florestal

segunda-feira, 18 de abril de 2011

VIVA A ANISTIA

Para pôr fim a impasse, margens degradadas dos rios terão proteção de 15 metros; as preservadas de desmatamento deverão se manter em 30 metros
Os ambientalistas e os ruralistas da Esplanada dos Ministérios fecharam na quinta-feira, 14, um acordo para negociar sem rachas internos a reforma do Código Florestal com o Congresso.
Na polêmica sobre as Áreas de Proteção Permanente (APPs), por exemplo, o Ministério do Meio Ambiente concordou em reduzir para 15 metros as APPs às margens já degradadas dos rios de até 10 metros de largura. Por sua vez, a Agricultura aceitou manter os 30 metros nas margens hoje preservadas do desmatamento.
Quem comandou a reunião que produziu o consenso técnico do Executivo foi o presidente da República em exercício, Michel Temer. "O governo tem de ter uma estratégia de diálogo com o Congresso", argumentou o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, ao admitir que não seria possível negociar com ministros brigando entre si.
Os próprios aliados já vinham cobrando do governo que se acertasse internamente. Na semana passada, percebendo que havia "um conflito muito radicalizado" entre os vários ministérios envolvidos na polêmica e na iminência de uma derrota no Congresso, o PT deu um ultimato: "Só votamos o Código Florestal quando houver unidade no governo", disse o líder petista na Câmara, Paulo Teixeira (SP).
Reserva Legal. Além das APPs às margens dos rios, o governo também se entendeu com os produtores rurais em outro conflito. A Reserva Legal (parcela da propriedade que deve manter a vegetação nativa) não precisará ser averbada em cartório. A proposta é que este processo seja simplificado, bastando uma declaração ao órgão ambiental.
A preservação das encostas também foi revista pelo governo. O tema apavorava a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que argumentava que o Código Florestal empurraria para a ilegalidade toda a produção nacional de café, uva e maçã. Pelo novo cálculo, ficarão preservados topos dos morros e encostas com inclinações acima de 45 graus, onde raramente se cultivam essas culturas.
Temer ponderou que era preciso fechar posições que servissem de parâmetro no diálogo com a base governista. O objetivo do consenso era garantir um marco regulatório que mantivesse intactas áreas hoje preservadas, ao mesmo tempo em que possibilitasse a recuperação de faixas degradadas, retirando os produtores rurais da ilegalidade.
"Agora temos o argumento técnico de que precisávamos para trabalhar a unidade da base", comemorou o líder Teixeira, ao informar que o PT destacou o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) para negociar as polêmicas com os partidos da base aliada, em busca de um consenso político para votar o novo Código.





Proposta polêmica x Acordo
  • Moratória
A ideia de dar uma moratória de cinco anos para quem desmatou, proposta pelo relator Aldo Rebelo, foi abandonada.
  • Desmate autorizado
Novas autorizações para corte de vegetação nativa têm apoio de ruralistas, parte dos ambientalistas, governo e entidades estaduais da área.
  • Área de Proteção Permanente (APP)
O relatório aprovado na Câmara reduziu pela metade, para 15 metros, a área de proteção às margens dos rios de até 10 metros de largura. Governo, ambientalistas e entidades estaduais defendem a manutenção da APP em 30 metros.
  • O acordo
Ministério do Meio Ambiente concordou em reduzir para 15 metros as APPs às margens já degradadas dos rios de até 10 metros de largura. Por sua vez, a Agricultura aceitou manter os 30 metros nas margens hoje preservadas do desmatamento
  • Direito de não recompor
A dispensa da recuperação da reserva legal em áreas de até 4 módulos fiscais é a maior polêmica no texto. O relator Aldo Rebelo mantém a proposta, com apoio de ruralistas.
Mais pontos de acordo:
 A Reserva Legal (parcela da propriedade que deve manter a vegetação nativa) não precisará ser averbada em cartório. A proposta é que este processo seja simplificado, bastando uma declaração ao órgão ambiental.
A preservação das encostas também foi revista pelo governo, para proteger a produção nacional de café, uva e maçã.

DESCASO EM RONDÔNIA

Sete Unidades de Conservação da Floresta Amazônica deixaram de existir no mapa do zoneamento socioeconômico e ecológico de Rondônia. Uma área de quase um milhão de hectares que deveria ter sido preservada, mas que ao longo de 20 anos ficou apenas no papel.

As sete Unidades de Conservação foram criadas durante a definição do zoneamento socioeconômico e ecológico de Rondônia de 1990. Juntas, somavam quase um milhão de hectares a ser preservados. Na época era uma das condições para o governo conseguir empréstimo do Banco Mundial.

De acordo com a proposta inicial, as unidades tinham que ser demarcadas e conforme o perfil, planejadas para manejo florestal ou totalmente preservadas. Sem proteção, as florestas desapareceram do mapa. Uma delas fica a apenas 40 quilômetros da capital Porto Velho, região norte de Rondônia.

Dentro de uma área do extinto Parque Estadual de Candeias, o cenário que se tem é de uma grande área de pastagem e quase nada de vegetação. Essa é a realidade em quase todas as unidades que foram extintas.

O pedido de revogação das sete Unidades de Conservação partiu do governo do estado. A votação para a extinção das áreas foi feita em regime de urgência durante uma sessão extraordinária, em julho do ano passado. O caso passou a ser acompanhado pelo Ministério Público do estado. Com informações de órgãos ambientais a promotora Aidê Torquato fez o levantamento de toda área revogada. Quase tudo foi desmatado e ocupado há muito tempo.

A superintendência do Incra em Rondônia confirma que há pelo menos três assentamentos na extinta Floresta de Rendimento Sustentado do Rio Mequéns. Um deles, com cerca de 600 famílias, foi criado em 1986. Apenas a Floresta Estadual Extrativista de Laranjeiras teve sua área quase toda preservada.

O ex-presidente da Assembleia Legislativa garante que seguiram os trâmites legais. "Se foi aprovado é porque passou pela Comissão de Constituição e Justiça e ela julgou que não era constitucional. Me estranha dizer que tem uma área 96% intacta. Eu acho que está havendo algum engano", disse Neudir Oliveira. Ele nega que tenham revogado a área preservada.

A secretária de Meio Ambiente de Rondônia, Nanci Rodrigues da Silva, disse que um levantamento começou a ser feito para saber quais áreas realmente ainda podem ser consideradas Unidades de Conservação.